Trump proíbe Harvard de matricular novos estudantes estrangeiros: entenda o que está em jogo
- Bloom
- 22 de mai.
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de mai.
Decisão impacta milhares de alunos e reacende debates sobre autonomia universitária e xenofobia no ensino superior

Donald Trump voltou ao centro das atenções internacionais nesta semana ao anunciar que a Universidade de Harvard está proibida de matricular novos estudantes estrangeiros. A medida, altamente controversa, pegou de surpresa a comunidade acadêmica e foi amplamente criticada por organizações de educação e direitos civis.
A decisão, oficializada por meio de uma diretriz do Departamento de Segurança Interna dos EUA, impede que a tradicional universidade de Massachusetts aceite novos alunos que não sejam cidadãos americanos a partir do próximo semestre. Harvard, uma das instituições mais prestigiadas do mundo, recebe milhares de candidaturas internacionais todos os anos, inclusive de brasileiros.
O que motivou a decisão?
Segundo o governo Trump, Harvard estaria supostamente envolvida em "atividades contrárias aos interesses nacionais", sem detalhar que tipo de atividades seriam essas. O ex-presidente também reforçou críticas anteriores à universidade, que ele considera um reduto de "ideologias progressistas" e "antipatrióticas".
Embora o governo não tenha apresentado provas concretas, analistas apontam que a decisão está inserida em uma estratégia mais ampla de Trump para atacar instituições consideradas "liberais" e reforçar sua base conservadora, especialmente em ano eleitoral.
Reação de Harvard
A universidade emitiu um comunicado se dizendo “profundamente preocupada” com a decisão e prometeu recorrer judicialmente. “A diversidade internacional é um dos pilares do nosso compromisso com a excelência acadêmica e com a construção de pontes globais”, afirmou a reitoria.
Especialistas em direito constitucional americano já alertam para a possibilidade de a medida ser revertida nos tribunais, sob o argumento de violação à autonomia universitária e discriminação com base na origem nacional.

Impacto direto nos estudantes
Para milhares de jovens ao redor do mundo que sonham em estudar em Harvard, a notícia representa um balde de água fria. A universidade recebe, anualmente, cerca de 15% de seus calouros de fora dos EUA — um número que inclui brasileiros aprovados em programas de graduação, pós-graduação e pesquisa.
A decisão também gera apreensão em outras universidades norte-americanas, que temem que políticas semelhantes sejam aplicadas em cascata, prejudicando o fluxo internacional de talentos acadêmicos.
Para educadores e pesquisadores, a medida fere princípios básicos da educação superior, como a cooperação internacional, o intercâmbio cultural e a liberdade acadêmica.
“Estamos diante de um ataque direto ao que há de mais essencial no ensino universitário: o pensamento livre, a ciência sem fronteiras e a inclusão”, afirma a professora Maria Helena Moura, especialista em políticas públicas educacionais.
A ONG Scholars at Risk, que monitora ameaças à liberdade acadêmica em todo o mundo, também classificou a decisão como um “sinal alarmante” de interferência política em instituições de ensino.
E o Brasil no meio disso tudo?
O Brasil, que tradicionalmente tem uma presença significativa em universidades norte-americanas, também pode sentir os efeitos da decisão. Nos últimos anos, programas como o Ciência sem Fronteiras e iniciativas privadas de bolsas de estudo incentivaram a ida de estudantes brasileiros para instituições como Harvard, Yale, MIT e Stanford.
Para estudantes que já estão matriculados, por enquanto, nada muda. A proibição vale apenas para novos ingressantes. No entanto, o clima de instabilidade pode influenciar futuros planos de intercâmbio e pesquisa.
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