Sírio-Libanês lança curso de Medicina: o que isso revela sobre o cenário nacional da formação médica?
- Bloom
- 10 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de abr.
Em 2025, a tradicional Faculdade Sírio-Libanês — reconhecida pela excelência em saúde — dará um passo importante na educação ao inaugurar seu curso de Medicina. A entrada de uma instituição de referência nesse campo reforça um movimo que vem se intensificando nos últimos anos: a rápida expansão dos cuentrsos de Medicina no Brasil.
Mas o que essa nova oferta representa diante do panorama atual?

Segundo dados do Ministério da Educação, o Brasil conta atualmente com 391 cursos de medicina. Desses, 136 são ofertados por instituições públicas e 253 por privadas. Nos últimos 13 anos, o país viu a abertura de 209 novas escolas médicas — 149 privadas e 60 públicas — um número que supera o total registrado nos dois séculos anteriores.
Essa expansão, embora tenha contribuído para aumentar o número de médicos formados, levanta discussões sobre a qualidade da formação e sua distribuição geográfica. A maioria dos cursos está concentrada nas regiões Sudeste (150) e Nordeste (103), enquanto outras regiões, como Norte e Centro-Oeste, permanecem com menor cobertura.
Apesar de o senso comum associar excelência à rede pública, dados recentes mostram que 84,2% dos cursos de Medicina avaliados com nota máxima (5) pelo MEC pertencem a instituições privadas. Esse dado indica que a iniciativa privada vem investindo significativamente na qualidade da formação médica, como é o caso da própria Faculdade Sírio-Libanês.
E o mercado de trabalho? Há espaço para tantos médicos?
O aumento no número de cursos de Medicina atende a uma demanda histórica por mais profissionais de saúde, especialmente em regiões afastadas dos grandes centros. Programas como o Mais Médicos têm buscado enfrentar esse desafio, com resultados positivos: no último ciclo, 95% das vagas foram preenchidas por médicos formados no Brasil.
Entretanto, ainda existem desigualdades significativas. Enquanto o Sudeste conta com cerca de 2,97 médicos por mil habitantes, o Norte tem apenas 1,62. Isso mostra que o problema não é apenas formar mais médicos, mas garantir sua presença onde são mais necessários.
A criação do curso de Medicina pela Faculdade Sírio-Libanês reforça uma tendência de qualificação e ampliação da formação médica no Brasil. No entanto, o desafio vai além do número de vagas: é preciso pensar em qualidade, regulação e, principalmente, em políticas públicas que incentivem a presença desses profissionais em regiões menos favorecidas.
A medicina brasileira está crescendo — agora é hora de garantir que esse crescimento seja sustentável, justo e comprometido com a saúde de todos.
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